Descobrimento
ou conquista? Essa discordância terminológica tem raízes antigas
já em 1556, havia determinações do rei da Espanha proibindo o uso
da palavra conquista e propondo não a utilização do termo de
descobrimento. Não se trata, contudo, de mera preferência de
palavras. O conceito de descobrimento, na maioria das vezes,
relaciona-se á exaltação das ações dos europeus, ignorando os
processos históricos que aconteciam no continente americano.
Entretanto a América não era um mundo a ser criado ou á espera de
seu descobridor já fora “descobertas” e habitada e milhares de
anos antes da chegada dos europeus .
A
conquista dos indígenas pelos europeus
Antes
da chegada dos europeus, havia no continente americano mais de três
mil nações indígenas. Apesar de Colombo ter chamado de “índios”
os habitantes da América na época da conquista, por trás desse
nome genérico encontrava-se sociedades e culturas diferentes.
Os
aruaques, jês e tupis guaranis (do atual Brasil), os caraíbas (das
atuais Antilhas), os patagônios e araucanos (do sul do continente) e
os iroqueses e sioux (da América do norte) praticavam a caça a
pesca e a coleta, além de
dominarem técnicas agrícolas utilizavam utensílios e instrumentos
de pedra e madeira e mais raramente de metal deslocavam-se
periodicamente em busca de recursos necessário á sua sobrevivência
e organizavam-se em grupos ligados por parentescos.
Outros
povos como, os maias os astecas e os incas, desenvolveram sociedades
com técnicas agrícolas mais elaborada e um governo centralizado
(com exceção dos maias que se organizaram em cidades-estados),
criaram sistemas próprias de escritas (excetos os incas) e tinham
conhecimento sobre a arquitetura, matemática e astronomia.
Violência
física
As
armas dos conquistadores europeus eram superiores á dos povos
indígenas da América. Essa superioridade verificou-se no uso da
pólvora, do cavalo e do aço.
Com armas de fogo (mosquete,
arcabuz, canhão), os conquistadores espanhóis e portugueses
evitavam o combate corpo a corpo, além disso,
a explosão provocada por essas armas, desconhecidas dos povos
indígenas, causava-lhes enorme susto, também desconheciam e temiam
os cavalos, que permitiam aos conquistadores espanhóis grande
mobilidade durante os combates. No principio da conquista as
indígenas supunham que cavaleiro e cavalo fossem inseparáveis.
As
armas feitas de aço (espadas, lanças, punhais, escudos, alabardas),
por serem resistentes davam aos conquistadores mais recursos de luta.
Já as principais armas empregadas pelos indígenas eram arcos,
flechas envenenadas pedras, lanças machados e atiradeiras de pedras.
Entretanto
somente a superioridade do armamento europeu não explica a vitória
dos conquistadores espanhóis e portugueses sobre os nativos
americanos, afinal, os indígenas eram numericamente superiores
chegando a representar, em certos, combates, cerca de 500 a 1000
índios para cada europeu.
Outro
elemento significativo na destruição dos povos indígenas foram as
doenças contagiosas, sarampo, coqueluche, varíola, malaria e gripe.
Essas doenças, nem sempre transmitida de forma deliberada pelos
europeus era ma em geral, letais para os indígenas que na tinham
resistência imunológica contra elas. Espalhando-se rapidamente
provocavam epidemias matando milhares deles.
Os
indígenas sofriam duplo impacto (físico e psicológico) pois muitas
vezes suponham, quando contaminados por doenças que ignoravam e não
sabiam combater, que estavam sendo castigados por seus deuses. Desse
modo,entregavam-se ao um sentimento de apatia (cansaço, derrota).
Além
da violência diretamente cometida pelos europeus, alguns
historiadores lembram outro elemento que contribuiu para a conquista:
os conflitos internos.
Na América espanhola a relação de
diferentes povos caracterizavam-se por muitas vezes pela opressão
social. Incas maias e astecas submetiam pela força outros povos
vizinhos exigindo pagamento de pesados tributos e prestação de
serviços esses povos pareceram, ter festejado, a principio, a
chegada dos espanhóis e passaram a colaborar com ele na luta contra
seus opressores americanos. Na América portuguesa (Brasil) também
havia muitos conflitos entre os diferentes povos indígenas os
portugueses souberam tirar proveitos desses conflitos, estabelecendo
alianças com alguns grupos.
Outras
formas de violência
Os
europeus impuseram aos povos americanos costumes que afetaram
profundamente a sobrevivência de suas comunidades.
Na
América espanhola e na América portuguesa, populações indígenas
inteiras foram removidas de suas regiões de origem para trabalhar
como escravos para os conquistadores. Fora de seu meio natural,
sofreram com as mudanças no tipo de alimentação e no tipo de
trabalho. A organização social e produtiva indígena foi
desestruturada.
O ato simbólico de fincar a cruz católica na
América, marcando a posse da terra em nome dos reis europeus,
assinalava também o início da conquista cultural dos indígenas.
De
modo geral religiosos e conquistadores associavam-se para dominar os
povos indígenas. A ação evangelizadora católica (a convenção
aos evangelhos por meio da pregação por religiosos) centrou-se na
catequese (ensino religioso católico romano), o batismo das
crianças, em sua educação cristã e na convenção dos líderes
indígenas.
Para
tornar mais eficientes seus esforços de conversão junto aos
indígenas os jesuítas criaram aldeamentos, a partir de 1550 na
América portuguesa segundo os padres esses aldeamentos também
tinham a finalidade de proteger os índios da escravização
promovida pelos os colonos.
A
vidas nas aldeias jesuíticas causou profundas modificações na
organizações sociais e na vida espiritual dos índios. Eles eram
forçados a abandonar os 10 locações temporários a que estavam
habituados para se ficassem nos aldeamentos, onde Aprendiam a
doutrina católica eram batizados ganhavam nomes cristãos e eram
colocados a disposição da coroa e dos colonos para prestar serviços
entretanto, esses aldeamentos proporcionaram também o reagrupamento
de sociedades fragmentadas e o resgate de identidades ameaçadas. As
frequentes fugas individuais e coletivas as revoltas esporádicas e
principalmente ,a resistência ao trabalho imposto pelos
colonizadores caracterizaram a reação indígenas ao aldeamento.
Diante
da dificuldade de convencer o indígena adulto a aceitar a nova
doutrina religiosa o quadros dedicavam-se principalmente, á
crianças. Empenhavam-se na fundação de colégios de meninos, onde
eram ensinados os valores europeus e as crenças católicas.
Texto
retirado:
http://primeiro-1g-estadual.blogspot.com/2010/08/o-impacto-da-conquista.html